Não são poucos os nomes da música brasileira que chegam ao centenário com a obra ainda viva, passadas décadas de sua morte. Mas alcançar essa marca presente no imaginário popular e ainda com material por se revelar não é algo trivial.
Talvez nosso primeiro multiartista, Mário Lago (1911- 2002), compositor, poeta, autor e ator de rádio, fotonovela, teatro, cinema e TV, é mesmo caso raro.
Mário Lago, nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 1911. Foi advogado, poeta, radialista, compositor e ator brasileiro. Filho do maestro, Antônio Lago e da Francisca Maria Vicencia Croccia Lago, neto do anarquista e flautista italiano Giuseppe Croccia, formou-se em Direito pela Universidade do Brasil, em 1933, época em que se tornou marxista e com opção pelas idéias comunistas, que lhe renderam sete detenções. Casou-se com Zeli, filha do militante comunista Henrique Cordeiro e teve cinco filhos: Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho, Luiz Carlos – homenagem ao líder comunista Prestes – e Vanda.
Começou na poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, hoje UFRJ, onde iniciou sua militância, fortemente influenciado pelo Partido Comunista. Teve contemporâneos de faculdade nomes como: Carlos Lacerda, Jorge Amado e Lamartine Babo. Depois de formado, exerceu a profissão por apenas alguns meses. Envolveu-se com o florescente teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando - sendo o maior galã dos anos 40. Orlando Silva gravou “Nada Além”, composição sua com Custódio Mesquita, teve diversos sucessos como, “Ai Que Saudades da Amélia” – na qual ficou a descrição da mulher idealizada, de tão popular -, “Atire a Primeira Pedra” e “Aurora”, que ficou imortalizada na voz de Carmem Miranda.
Foi roteirista de radionovela, na Rádio Nacional, saindo por causa de violação dos seus direitos políticos pelo regime militar. Veio a consagração quando foi atuar na Rede Globo, estrelando, “O Casarão”, “Nina”, “Brilhante”, “Elas Por Elas” e “Barriga de Aluguel”.
Escreveu três livros, “Na Ralança do Tempo” (1976); “Bagaço de Beira-Estrada” (1977) e “Meia Porção de Sarapatel” (1986).
Em 2001, recebeu um troféu da Rede Globo em homenagem à sua carreira, prêmio esse que hoje leva seu nome – Troféu Mário lago – sendo concedido aos destaques da teledramaturgia.
Faleceu no dia 30 de maio de 2002, de enfisema pulmonar, no Rio de Janeiro.
Filmografia como ator : Asas do Brasil (BRA,1947); O Homem Que Chutou a Consciência (BRA,1947); Terra Violenta (BRA,1948); Uma Luz Na Estrada (BRA,1949); O Homem Que Passa (BRA,1949); Á Sombra da Outra (BRA,1950); Pecadora Imaculada (BRA,1952); Balança Mas Não Cai (BRA,1953); Papai Fanfarrão (BRA,1956); Mulheres Cheguei (BRA,1961); Assalto ao Trem Pagador (BRA,1962); Assassinato em Copacabana (BRA,1962); A História de Um Crápula (BRA,1965); Cuidado, Espião Brasileiro Em Ação (BRA,1966); Essa Gatinha é Minha (BRA,1966) – também roteirista; Na Onda do Iê-Iê-Iê (BRA,1966); O Padre e a Moça (BRA,1966); Terra em Transe (BRA,1967); Na Mira do Assassino (BRA,1968); Massacre no Supermercado (BRA,1968); Vida Provisória (BRA,1968); Dezesperado (BRA,1968); O Bravo Guerreiro (BRA,1968); Incrível, Fantástico, Extraordinário (BRA,1968); Tempo de Violência (BRA,1969); Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite (BRA,1970); Balada dos Infiéis (BRA,1970); Os Herdeiros (BRA,1971); Café Na Cama (BRA,1973); São Bernardo (BRA,1973); O Velho Gregório (BRA,1977); A Menor Violentada (BRA,1977); Homem de Areia (BRA,1981); Idolatrada (BRA,1983).
fonte: Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e E-Biografias.
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